terça-feira, 19 de maio de 2015

Paper Grupo 2

PROPOSTA CURRICULAR DE SANTA CATARINA
Reestruturação da Proposta Curricular
EEB ITAJUBÁ – DESCANSO/SC


Ceci M. Morandin
Dalvana Franzon
João Cheropin
Patrícia Catarina Gasperin
Rita Henecka


RESUMO
A reestruturação da Proposta Curricular de Santa Catarina ocorreu em virtude dos novos desafios contemporâneos que fazem parte do sistema educacional que necessita de um currículo pautado na proposta histórico-cultural que valorize o cotidiano do educando em sua totalidade. Todo o processo de desenvolvimento do documento, a produção do conhecimento só foi possível com a participação da coletividade, de profissionais da Educação Básica e da Educação Superior, com o objetivo da integralidade educativa humana. Assume assim, o pensamento social, percebendo a integralidade educativa como finalidade, tema central do percurso formativo no processo educativo.

Palavras chaves: discussão; diversidade; currículo; integralidade; evolução.


INTRODUÇÃO
Tendo bases pedagógicas na teoria histórico-cultural e da atividade a proposta curricular de Santa Catarina percebe o educando como ser constituído historicamente onde sua singularidade constitui sua subjetividade. Sendo assim a discussão sobre a nova proposta curricular de Santa Catarina dialoga sobre a educação integral e a integralidade da educação. A integralidade da educação refere-se a completude de um processo educacional sem etapismos nem fragmentações que dar-se-á em período integral.
A diversidade de ideias marca a nova proposta tornando imprescindível uma alternativa curricular ligada a uma nova concepção de sujeito, de projeto de escola e de sociedade. Sendo que esta alternativa curricular deve estar condizente com a realidade do sujeito sendo o mesmo o ponto de partida do percurso educacional.
Estas mudanças deverão estar articuladas coma as necessidades de cada comunidade integradora da unidade escolar tornando possível a metamorfose de ensino, aprendizagem e desenvolvimento humano pressuposta na PCSC.


DESENVOLVIMENTO
Percebe-se a integralidade educativa como finalidade central do percurso formativo onde se busca maiores possibilidades de transformação da sociedade. Para que isso ocorra é necessário olhar o currículo como ferramenta que compõe e é composta pelo processo educacional precisando dialogar sobre a diversidade identitária e cultural valorizando a diferença como ingrediente essencial para a integralidade deste processo educativo.
Expõe-se a reestruturação educacional para o suprimento destas novas necessidades sociais de uma educação multidimensional que contempla à saúde, ao esporte, à inclusão digital e à cultura propiciando a emancipação e a autonomia dos indivíduos tornando-os mais críticos e ativos em sua vida educacional, social e pessoal.
As ações coletivas auxiliam no desenvolvimento da dimensão intrassubjetiva/intrapsicológica fortalecendo a natureza humana que se constitui nas relações intersubjetivas. Por este motivo a mediação feita por meio da linguagem em formas distintas e com valorosa importância já que é o elo que une conhecimentos, gerações, culturas e conhecimentos diferentes, tornando esta rede do conhecimento a cada ligação mais complexa e envolvente.
Também explana a necessidade da evolução na aquisição do conhecimento que deverá conter ações conceituais, problematizadoras, e coletivas sempre mediadas pelo educador.
O desenvolvimento das ações conceituais referem-se as funções superiores da consciência sendo o resultado dos conhecimentos que o ser humano vivencia na realidade na qual se encontra e do conhecimento planejado e organizado através da escola.
Conforme (VYGOTSKY, 1993), os seres humanos estabelecem relações sociais construindo sua história no grupo do qual fazem parte, por isso através da comunicação e socialização modificam-se e transformam-se mutuamente.
Quanto ao conceito origina-se da socialização, sendo uma generalização de outros conceitos que se interligam constituindo o todo.
As atividades principais do sujeito nos processos de aprendizagem e desenvolvimento provocam mudanças psicológicas e revelam outras mais importantes.
É necessário oportunizar aos sujeitos atividades diferenciadas, mas com o mesmo significado e importância na produção do conhecimento com valores estéticos e políticos.
Conforme estudos realizados por pesquisadores se identificou seis atividades principais relacionadas a teoria da atividade responsáveis formação de novas informações, dentre elas destacam-se: a Comunicação Emocional que se estabelece diretamente com os adultos por meio da comunicação; as Ações objetal-manipulatória, que são ações socialmente elaboradas; os Jogos Protagonizados, por meio da experimentação de vivencias  nas brincadeiras, no “faz-de-conta”, desenvolvendo nas crianças o ato criador, consciente e o pensamento teórico partindo assim para a Atividade Sistemática, na escola onde os sujeitos assimilam o conteúdo e as formas da consciência social. Os conteúdos então estudados dão origem ao pensamento teórico, ou seja, ao pensamento humano constituído historicamente, a consciência social que para ajudar no desenvolvimento do sujeito necessitam de orientação, estudo e ações que são promovidos pela escola.
As atividades de aprendizagem são necessárias, portanto precisam ser orientadas e sistematizadas através de um planejamento contínuo, mas flexível.
Vygotsky ressalta a importância dos jogos protagonizados para o desenvolvimento das crianças na pré-escola e no Ensino Fundamental, pois desenvolvem diferentes atividades humanas.
Conforme a estruturação do trabalho pedagógico existem diferenças importantes na organização das atividades em sala de aula para formação de sujeitos devido as individualidades do meio e das características, curiosidades e necessidades dos estudantes, conforme determinado nos projetos escolares.
Para que realmente ocorra a “educação”, formação integral é importante que os conteúdos trabalhados revelem a identidade e autonomia para exercer seu verdadeiro papel, concebido somente nos espaços escolares grupais.
O Projeto Político Pedagógico (PPP) foi utilizado na primeira versão da Proposta Curricular de Santa Catarina para expor as finalidades e as opções teóricas metodológicas nas instituições escolares do Estado.
O Projeto Político Pedagógico articula as dimensões de intencionalidade com as de efetividade e possibilidade para ser viável e poder assumido coletivamente pelo grupo, ou seja, pelos vários segmentos de comunidade escolar (gestores, professores, alunos, funcionários, família e comunidade em geral).
Os atores envolvidos no processo ensino e aprendizagem devem assegurar a qualidade do ensino e a formação da cidadania, passaporte indispensável à participação na ampla sociedade e que todos os alunos buscam adquirir na escola.
Sabemos que a meta de universalização da Educação Básica no Brasil, especificamente quando nos referimos a Educação Infantil e Ensino Médio demonstram melhoras nos indicadores – IBGE (2010) e INEP (2013), mas ainda existem números significativos quanto à retenção, interrupção escolar e defasagem idade/série e estão presentes de forma significativa.
Para a Educação Integral a escola é vista como um todo, ou seja, com olhar para o conjunto arquitetônico num todo, reconhecendo todos os seus espaços que também se transformam em espaços pedagógicos. Buscar também além dos muros da escola, buscar outras perspectivas como: vizinhos e arredores desde são fontes importantes de conhecimento e contribuem para a transformação social. Por exemplo, quando a escola realiza atividades em clubes, espaços religiosos, praças, abrigos que fazem parte da comunidade, mas que estão além das estruturas da escola. Deste modo será capaz de proporcionar aprendizagens significativas partindo do cotidiano do aluno e interligando-os aos conhecimentos sistematizados.
Como educadores necessitamos compreender também, como ocorre a produção e reprodução dos conhecimentos na escola (áreas, disciplinas, temáticas).
Existe, portanto a autonomia para que a instituição escolar seja por série, ou ciclo, ou módulos, ou dentro de outros modos, valorizando os sujeitos independentes dos locais onde vivem, sendo urbanos, rurais, das periferias urbanas, quilombos, aldeias indígenas.
As experiências desenvolvidas na Educação do Campo, Educação Escolar  Quilombola e Indígena, Casa Familiar rural devem estar interligadas objetivando a produção de conhecimentos através do trabalho que realizam e dos conhecimentos sistematizados.
A avaliação na Educação Integral deve ser um instrumento de inclusão e não de classificação e exclusão. A avaliação não é uma atividade isolada e de curta duração, ela compreende uma caminhada contínua, que se estende ao percurso formativo, com constantes elaborações e reelaborações de metas, finalidades e estratégias garantindo assim novas oportunidades de aprendizagem; considerando as relações, as vivências e por isso precisa ser flexível. Nessa caminhada da formação integral, as estratégias da avaliação possibilitam modificações na pratica educativa proporcionando novas oportunidades de aprendizagem.

CONCLUSÃO
É possível perceber que apesar dos avanços na área educacional, assim como das próprias leis de ensino precisamos buscar alternativas para contemplar todas as faixas etárias utilizando diferentes espaços, havendo flexibilidade para modificações em todo o processo de ensino-aprendizagem.
A qualidade da Educação Básica somente será concretizada quando for possível um currículo onde o conhecimento, o saber do cotidiano do aluno for articulado ao saber, ao conhecimento sistematizado.


REFERÊNCIAS
COLL, C. Psicologia e currículo: Uma aproximação psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. São Paulo: Ática, 1997.


RATNER, Carl. A psicologia sócio-histórica de Vygotsky: Aplicações contemporâneas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.


SACRISTÁN, J. Gemeno. O Currículo: uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: Artmed, 1998.



SANTA CATARINA. Governo De Santa Catarina. Secretaria de Estado da Educação. Proposta Curricular de Santa Catarina: formação integral na Educação Básica. 2014,192p.

Um comentário:

NTE - São Miguel do Oeste - SC disse...

Considerando a Proposta Curricular como diretriz do nosso trabalho é importante que seja discutida, refletida e colocada em prática na nossa ação pedagógica.
Parabéns pelo trabalho desenvolvido por esta equipe escolar.

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